AS TREVAS DO CEMITÉRIO
No momento do desfile em homenagem ao 134º aniversário de Rosário do Sul, estávamos, minha esposa e eu, acompanhando os funerais da tia Rufina Bocaccio Doyle, uma pessoa muito especial da nossa família. Mesmo não sendo da terra dizia-se uma rosariense, por ter vivido aqui a maior parte dos seus 92 anos, casada com Aristides Pereira Doyle, também já falecido, membro da família DOYLE, uma das mais tradicionais da cidade. A constituição de uma extensa família, que tem como ascendentes Guilherme Doyle e Flaubiano Pereira Doyle, assegurará a continuação da convivência, de todos seus descendentes na tarefa, de cada qual, com seu esforço e abnegação, contribuir com seus serviços e participação na comunidade, para o progresso do município, e integração da família DOYLE na comunidade.
REENCONTROS
São nesses momentos que nos encontramos com pessoas, com quem temos vínculos afetivos e familiares, que moram longe, e vem prestar solidariedade aos seus parentes e amigos, que encerraram suas missões aqui na Terra, levando consigo uma bagagem espiritual invejável, até a morada eterna.
OS TRANSTORNOS
O que não estava previsto, nos planos das pessoas da comunidade é que num momento desses, seríamos afrontados pelo total abandono de nosso Campo Santo, o Cemitério Municipal. Junto ao portão de entrada dos fundos, que é um dos acessos para procedimentos das Empresas Funerárias que executam os serviços fúnebres, existe um depósito de lixo, composto por urnas funerárias de madeira (caixões de defunto), mortalhas, coroas de flores, entulhos de túmulos, objetos e pertences de entes falecidos, travesseiros, enfim todo um visual estarrecedor, constrangedor, deprimente e psicologicamente impróprio, para os momentos de despedidas de pessoas queridas.
DEPÓSITO PREMEDITADO
O mais intrigante é que esse material está depositado num ambiente preparado para isso, fazendo com que um recanto do Cemitério, ao lado de um portão de entrada, fosse projetado para servir de depósito de lixo. É lamentável que não haja nem fiscalização da Vigilância Sanitária, aliás, não sei se existe no Município, pois não se trata de lixo comum, diz respeito a material que não pode ser manipulado por pessoas, em função do perigo de contaminação. Inclusive a contaminação pode se dar pelo ar, e pode ter consequências inimagináveis.
O DIREITO DE IR E VIR
Temos que aproveitar a oportunidade para enfatizar que, à véspera de um feriado, não poderia a Administração Municipal deixar aquele portão, com a passagem obstruída, por tijolos, areia e brita, obrigando as pessoas a fazerem uma escalada, para terem acesso ao recinto. Quanto à vegetação que toma conta do local, temos certeza que até o próximo dia de finados, daqui a sete meses a limpeza seja feita. O calçamento do entorno do Cemitério é uma questão de respeito com a sociedade, para evitar que pessoas com idade avançada, e senhoras, tropecem em pedras soltas na rua. Fico indignado ao presenciar a “imundice” que se constitui a última morada dos nossos entes queridos. Estamos pagando nossos impostos, para nada ser feito, nem no Cemitério, nem no resto da cidade. A nossa indignação tem procedência e é justificável, por observarmos a incapacidade administrativa de nossos gestores públicos. Mais uma vez me senti envergonhado, não poderia deixar de fazer o registro público, inclusive incentivado por muitas pessoas que se encontravam no local.
E-mail baltazardoile@yahoo.com.br

O aniversário e o abandono da cidade



Chegamos ao mês de abril, e com ele mais um aniversário da nossa cidade de Rosário do Sul, no próximo dia dezenove. Como dizia minha mãe “pobreza é uma coisa, relaxamento é outra”. A despeito de manter a casa sempre limpa, o pátio sempre varrido, e os filhos bem vestidos. A mesma fórmula deveria ser aplicada pela Administração Municipal, com relação a nossa cidade. O que não acontece. Caminho diariamente pelas principais ruas da cidade, assim como seguidamente circulo pelas periferias e tenho notado o total abandono e a falta de respeito com o povo rosariense por parte das nossas autoridades constituídas. O mato toma conta de tudo, os canteiros centrais servem de lixeiras e depósitos de material de demolição, sujeiras de pátios, lixos, e qualquer outro tipo de bagunça desorganizada.
A FISCALIZAÇÃO QUE NÃO FUNCIONA
As máquinas da CORSAN, que realizam consertos de encanamentos, quebram as calçadas, derrubam os meios-fios, que após serem pintados de branco ficam parecendo dentes quebrados. Cada buraco aberto demora uma eternidade para ser fechado.
RELAXAMENTO ACUMULADO
A terra toma conta do asfalto, aliás, em péssimo estado, e em certos locais já emparelha com o meio fio. Quando é feito o corte da vegetação, o lixo originado pelo serviço fica esparramado pela cidade, até que uma chuva forte, ou ventos, o desloquem para as bocas de lobos. A paisagem originada é por demais lamentável e horrenda. O lixo nas via públicas deixa o a cidade e suas ruas com um aspecto de cidade fantasma. Visitei São Gabriel, me encantei com a beleza e o capricho da cidade vizinha. Como pode numa cidade haver capricho e respeito com o povo e na outra esse relaxamento explícito? Ambas possuem orçamento, equipamentos e gente para cuidarem de tudo na cidade. Por que uma cidade é bem cuidada e a outra mal tratada?
NÃO SIGAM OS MAUS EXEMPLOS
A população tem um pouco de culpa, por não consertar suas calçadas, nem cuidar do lixo, devido ao mau exemplo dado pelas autoridades da grande Casa, que não fiscalizam os serviços terceirizados e não fazem a sua parte nos passeios públicos. Com que ardor e entusiasmo as Entidades irão desfilar no dia do aniversário da cidade, se para chegarem à praça terão que transpor todos esses buracos e enfrentar toda essa sujeira? E ainda ouve-se falar em revitalização de praças e logradouros. Deve haver sensibilização e revitalização das cabeças das nossas autoridades, e tomarem algumas aulas de gestão pública e outras de limpeza pública.
Baltazar Doile DiasE-mail: baltazardoile@yahoo.com.br